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quinta-feira, 6 de maio de 2021

PANDEMIA, A MORTE E OUTRAS MAZELAS NOSSAS

 Nessa semana nosso país ficou doído, pela morte de Paulo Gustavo, e também, pelas mortes das professoras e das crianças na cidade de Saudade em Santa Catarina. Tempos difíceis estamos vivendo.

Esses dois episódios reportam a tantos fatos que precisam ser evidenciados, dada a profunda crise em que estamos mergulhados, crise que pode ser subdividida em crises: social, econômica, política, moral.

A morte de crianças e profissionais num ambiente educacional, retrata o quadro social brasileiro: o descaso com a educação, com a saúde e com a segurança da população. O atendimento, o acompanhamento e a assistência aos seres humanos em todas as suas dimensões. Onde está o poder público? Ah!, todos nós sabemos.

A morte de Paulo Gustavo é simbólica, representativa da morte de mais de quatrocentos mil brasileiros, acometidos por doenças causadas pelo novo coronavírus. Mortes que poderiam ser evitadas, se cuidados tivéssemos sidos por um governo “governante”, preparado, responsável e ciente dos seus deveres com a  “República” (coisa pública), no entanto, estamos desgovernados, roubados da nossa dignidade, pelos detentores do poder.

Mais de quatrocentos mil brasileiros mortos em pouco mais de um ano, mas para o presidente da república, são mortes apenas, são números apenas. Ele não pode fazer nada. Não tem cultura, não tem formação, não tem educação, é negacionista, grosseiro e estúpido. E o país afunda na mais grave crise sanitária da sua história.

Paulo Gustavo era jovem, uma história vitoriosa, no auge da sua produtividade, atuante. Fazia rir, levava alegria, sentimento tão escasso hoje em dia. Ele foi retirado dos seus, retirado de nós, como os demais quatrocentos mil brasileiros, que foram arrancados das suas histórias, das suas famílias, dos seus projetos. Seu humor, sua irreverência e sua vitalidade, em muito contribuíram com a humanidade. “Rir é um modo de resistência”. Sim, ele fazia rir, algo tão raro, nesse mundo de dor.

A mercê de políticos e empresários corruptos, sob o jugo de uma elite podre, seguimos enfrentando o turbilhão, na expectativa da vacina, à mercê da guerra política e econômica travada por agentes sociais inescrupulosos, que se valem da miséria humana em prol de interesses individuais espúrios. Alavancar a educação, investir na formação de sujeitos conscientes, cidadãos investidos de dignidade, não interessa ao sistema engendrado por essa coisa podre e fétida.

Que nossas vozes não se calem, que a nossa esperança não venha a sucumbir nos túmulos dos mais de quatrocentos mil óbitos, provocados pelo descaso, pelo abandono cívico das quadrilhas de empresários e políticos corruptos, aninhados nos cofres públicos. Que a resistência de Paulo Gustavo, resista em todos nós.

Luciana de Castro Magalhães. 

Maio/2021


4 comentários:

  1. Parabéns por esse texto incrível e muito necessário nesse momento que vivemos. Você é demais.

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  2. Lindo texto Luciana de Castro! Vc é muito especial para mim😘

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  3. Verdade tudo isso e nós como nação precisamos gritar para que algo mude ou vamos continuar vendo essa corja tomando conta de tudo.

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  4. Parabéns Luciana, verdade tudo que você afirma,sabemos que nosso País esta cheio de ratazanas. Esse País só vai ter jeito, o dia que o povo brasileiro, saber escolher seus governantes de caráter. Sabemos que essas infermidades que o mundo esta passando é tudo feito por ganância ao poder do ter e não ser.

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