domingo, 6 de fevereiro de 2011
POR QUE SOBRE AS PALAVRAS E AS COISAS?
Hoje estou vivenciando um daqueles dias de extrema solidão. Solidão de objetivos, de companhia de física, de partilha, de cumplicidade, de contato físico, solidão de estar num mundo que não interessa ninguém. E, de repente, diante de mim, com a leitura pelo meio do caminho o livro: Michael Foucault - As palavras e as coisas. Difícil hoje, difícil mesmo! Eu sinto uma enorme vontade de fumar um charuto, tomar um vinho, cair num porre, assumir um fracasso. O nome que se dá ao fracasso é fracasso mesmo, mas é preciso encontrar uma forma amena de dizer isso sem abrir uma abismo no espaço onde a convivência social é necessária. E como diria o meu velho Quintana: "O pior dos nossos problemas é que ninguém tem nada a ver com eles." E nesse caso seria estúpido dizer que que a quantidade de peixes dessa lagoa é exatamente esta quantidade que você está vendo. Preciso aprender a dizer "não". Dizer não porque aceitar o que me propõem agora é abrir mão de fazer aulas de inglês, é preciso dizer "não" porque aceitar esse desafio agora, embora eu vá aprender muito com a tarefa, significa interromper meu curso de fotografias, algo que tanto me faz bem; preciso dizer "não" porque aceitar esta proposta agora significa não ter disponível nenhuma parcela de tempo para concluir o projeto do meu novo livro e, mais uma vez, deixar para a próxima oportunidade; realização esta que, também, me daria tanto prazer.Dizer não porque eu havia prometido a mim mesma que nesse ano eu participaria do processo de seleção para o doutoramento; e se aceito esta proposta tudo vai por água abaixo; terei que adiar mais uma vez. Eu quero dizer não, não, não, não e não. Mas, não consigo. E o vazio desta casa onde ninguém tem nada a ver comigo, me esmaga, paralisa meu cérebro, impede-me de desenvolver atividades para as quais tenho prazo definido de entrega. Serei punida? Sim, é claro; pelo processo e por mim mesma, porque sou meu pior algoz. As coisas são assim: elas estão aí, representadas anteriormente pela idéia das coisas mesmas, mas elas não conseguem dizer nada. Por que precisa ser tão difícil, doer tanto? Também Foucault diria que "existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou refletir", e disso não abro mão. Vou perder, vai doer, vou sofrer, mas terei que dizer não, pois insisto em ser eu mesma, construir meu tempo, vencer meus demônios e, sobretudo, 'continuar a olhar e a refletir' . Helppp!!!!!!!!!!!!! Luz Dalma, por favor eu preciso de você hoje ainda; fala comigo, por favor.
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