Powered By Blogger

domingo, 11 de setembro de 2011

Inacabado


A estância nos brejos misteriosos
e a lama escura, a água da bilha partida
a escorrer na suavidade dura
do pescoço até o colo.
Lampejos no céu rasgado e o
Azul do pássaro pingando
No vôo aterrorizado.
Pássaro azul de plumagem negra
Abriu caminho e dor, por entre
Seixos dobrados e secos
Num vale não de morte, mas morto.
Bebeu as últimas gotas
Sedento, avaro e bêbado
Onde fora pântano plantou espinhos.
Cerrou as pálpebras e não viu
Não sentiu
O último pulsar, o último pedido
O mel.
A boca sem sede, os dentes quebrados.
A agonia se dissipou no grito calado.
As elevações silenciaram-se no plano.
Margem assoreada, peito mudo,
a última dor.
Talvez quisesse entrar no escuro
e se lambuzar de mel.
Deleitar-se.
Romper-se sem ser,
Sem dor e na dor.
Pássaro? Sapo? Príncipe?
Voou rasante para o infinito escuro.
A selva negra se recolheu sombria.
À frente, implacável, o muro
A morte, o pio, as regras.
Apenas as lembranças. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário