Powered By Blogger

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O meu xis da questão


  
O problema, ou o xis da questão, talvez seja exatamente o que penso de mim mesma, com consciência, lucidez e humildade. Não sinto necessidade de ter fé em mim, represento perigo latente e minha solidão é perigosamente triste.
Aprendi a conviver com as perdas intermitentes e convivo amistosamente com o desejo constante da morte. Meu ódio atinge apenas a mim mesma.
Hoje sou uma ferida velha de casca grossa e a solidão é necessária para não expor-me aos outros. Não me imponham a felicidade hipócrita, que eu não quero; eu gosto de ser assim, gosto de estar como sou. Incomoda-me o excesso de alegria e riso, e não é o sucesso dos outros não; não é isso, o que incomoda é o barulho, a emergência ruidosa do alarido do sucesso dos outros. A mim não interessa. De repente até gosto dessa amargura, desse recolhimento, dessa urgência do fim. É só deixarem-me aqui. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário